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'Temos que aprender a matemática pra vida', diz professora entre os 10 vencedores de prêmio nacional de educação

Em tempo de tantos estímulos, como a internet, manter um aluno interessado na matéria é um desafio ainda maior. Quando se fala na matemática, por exemplo, a primeira imagem é de fórmulas repetidas e um ensino engessado, que aproveita pouco a criatividade das crianças no ensino fundamental. “Temos que aprender a matemática pra vida, não dá para levar para fora da sala de aula uma única forma de fazer”.

A frase é da professora Elenir Novaes, da Escola Municipal Campos do Amaral, em São Sebastião do Paraíso (MG), uma das 10 vencedoras do Prêmio Educador Nota 10 em 2018. Diante das dificuldades dos seus alunos no 3º ano do ensino fundamental, que resolviam problemas de forma mecânica e apegados a meios tradicionais, criou um método que chamou "De Cor e Salteado".

Os números são colocados em um painel de soluções. Mais do que decorar, as crianças aprenderam a explicar as suas escolhas.

“A primeira coisa era garantir que eles tivessem liberdade de expor aquilo que estavam pensando na hora da resolução. Fizessem à sua maneira. Eu não estava preocupada em discutir o certo ou o errado. Eu queria que utilizassem toda essa energia de criança, toda essa criatividade, toda surpresa que criança traz pra gente. E que eles expusessem isso através de suas próprias estratégias”.

Basicamente, a ideia é que as crianças troquem informações e ensinem os outros colegas. Um explica para o outro como chegou ao resultado, com suas próprias palavras e pensamentos. Em um experimento, Elenir dividiu a ideia com a professora de outra turma. “Eu ensinava como tinha feito com os meus alunos e eles iriam ensinar aos alunos dela como realizar a atividade”.

 

A surpresa

Ao aplicar o método, Elenir se viu surpresa diante de descobertas com os alunos. Ao questionar um aluno como ele tinha resolvido a equação, recebeu uma boa resposta.

“Ele falou: tia, eu tenho um quadro na minha mente, eu fui vendo os números aqui dentro e fui juntando’. Aí eu pensei, pensa bem que interessante. Como eu iria ouvir isso se não desse essa oportunidade do falar? Isso pra mim valeu todo o meu esforço”.

“Muitas vezes, a gente subestima os alunos, a gente não deixa livre esse pensamento, a gente se priva de ver coisas tão fantásticas como essa”, explica Elenir.

Com o desafio de ensinar e competir com tanta informação online, Elenir defende que é preciso aproveitar o diferencial da nova geração dentro de sala de aula. Para ela, a matemática nas escolas tem deixado de valorizar a liberdade de expressão e as mudanças no mundo.

“Quando eu era criança, não tinha essa liberdade de pensar de outra forma. Era imposto que se fizesse de uma forma só. Hoje, tem melhorado bastante com o uso das mídias, nas escolas. Nós professores que vamos direcionar o conhecimento, temos que ensinar as crianças a usar essa tecnologia de forma crítica e de certa forma que sirva pra eles”.

 

O Prêmio

O Prêmio Educador Nota 10 recebe projetos de professores da educação básica de todo o Brasil e premia os 10 melhores do ano. Em 2018, foram mais de 4 mil inscritos. Elenir ficou entre os 10 vencedores e vai receber os prêmios de R$ 15 mil, além de R$ 1 mil para a escola. Ela também concorre ao prêmio final, de Educador do Ano, que será realizado em São Paulo em outubro.

Em 2015, chegou a ser selecionada entre os 50 melhores. Agora, comemora a nova conquista. “Fiquei muito satisfeita com o resultado. É um longo caminho de 25 anos com grandes conquistas em sala de aula. Neste tempo difícil que estamos vivendo na nossa carreira, é um estímulo enorme. Agora é torcer pelo novo prêmio. Se ganhar, vai coroar minha carreira”.

 

Fonte: https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2018/07/26/temos-que-aprender-a-matematica-pra-vida-diz-professora-entre-os-10-vencedores-de-premio-nacional-de-educacao.ghtml


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